quarta-feira, março 29, 2017

A UNICEF LANÇOU UM NOVO ALERTA QUE NÃO PODEMOS IGNORAR: A FOME NO MUNDO!





A guerra no Iémen fez pelo menos 7700 mortos, dos quais pelo menos 1546 crianças, segundo um relatório da UNICEF divulgado na segunda-feira.

O conflito entra no terceiro ano no país mais pobre do Médio Oriente e as crianças pagam o preço mais elevado. Há 462 mil crianças num estado de subnutrição grave, um número que aumenta rapidamente desde 2014.

De acordo com o relatório, o sistema de saúde do país está à beira do colapso, deixando cerca de 15 milhões de homens, mulheres e crianças sem acesso a cuidados básicos de saúde. Um surto de cólera e diarreia aquosa aguda continua a expandir-se desde outubro de 2016, com mais de 22,500 casos suspeitos de contágio e 106 mortes.
70% dos iemenitas dependem atualmente de ajuda humanitária para sobreviver. Os combates destruíram estradas e outras infraestruturas, o que, a par de obstáculos de ordem burocrática, dificulta os esforços de ajuda das organizações humanitárias.

Um “relatório do ReliefWeb http://reliefweb.int/report/yemen/yemen-not-much-time-avert-catastrophe, um serviço de informação das Nações Unidas sobre crises humanitárias, informou em 20 de março que “a situação da população civil é terrível e milhões de pessoas passam fome”.
Com a guerra, o número de crianças privadas de escolarização aumentou de mais de 50%. Cerca de 3,5 milhões de jovens formam uma geração perdida para um dos países mais pobres do mundo. A guerra privou de ensino 1,84 milhões de crianças, que vieram somar-se aos 1,6 milhões não escolarizados antes do conflito, de acordo com a UNICEF. Segundo esta, 212 ataques aéreos atingiram escolas e mataram alunos. A guerra deixou inutilizáveis 1.640 escolas, 10% dos estabelecimentos escolares do país, dos quais 1.470 foram destruídas ou passaram a abrigar combatentes ou deslocados.

O conflito no Iémen acentuou-se com a intervenção em 26 de março de 2015 da coligação militar liderada pela Arábia Saudita em apoio às forças pró-governamentais contra os rebeldes xiitas Houthis. Tal como na Síria, a Arábia Saudita e o Irão estão envolvidas no Iémen numa luta entre sunitas e xiitas, pelo controlo do Oriente Médio. Enquanto a Arábia Saudita conta com apoio dos Estados Unidos, os rebeldes xiitas Houthi são apoiados pelo Irão. Isto, ao mesmo tempo que os extremistas sunitas do Daesh combatem as forças Houthi e a Al-Qaeda recruta combatentes do Daesh para as suas fileiras.

Segundo a imprensa britânica, os Estados Unidos realizaram 40 ataques aéreos no Iémen entre 1 e 15 de março.
Assim e de acordo com a UNICEF, cerca de 22 milhões de crianças estão com fome, doentes, deslocadas e sem escola no nordeste da Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iémen. No dia 11 de março, o coordenador dos serviços humanitários das Nações Unidas, Stephen O’Brien (Subsecretário-Geral de Assuntos Humanitários e Coordenador do Socorro de Emergência da ONU e Incumbente ) revelou que o mundo enfrenta a maior crise humanitária desde 1945, com mais de 20 milhões de pessoas afetadas pela fome nestes quatro países. Segundo Stephen O’Brien, ator e embaixador da UNICEF no Reino Unido,  o Iémen vive a situação mais dramática.

Agora, em toda a África Oriental, milhões de crianças e as suas famílias enfretam a fome como resultado da guerra civil, da seca e da falta de alimento.
No sul do Sudão, a fome já foi declarada em algumas partes do país - a primeira vez em seis anos a fome foi declarada em qualquer parte do mundo - e mais de 270.000 crianças sofrem de desnutrição aguda grave. Esta é a forma mais mortal de desnutrição que, se não tratada, leva à morte.
Num longo depoiamento, Tom Hiddleston, ator e embaixador da UNICEF no Reino Unido, declarou:

“O Sul do Sudão é o país mais novo do mundo, após a declaração de independência do Sudão em 2011. Desde que a guerra civil estourou em 2013, os seus sonhos de independência e um futuro de esperança foram quebrados. Aqueles que carregam o peso do conflito são, como sempre, crianças inocentes.

Dois anos atrás, viajei para o sul do Sudão no meu papel de embaixador do UNICEF no Reino Unido e encontrei crianças desnutridas, que lutavam pela vida. Crianças que não têm comida suficiente para comer estão em risco de doenças: pneumonia, diarreia, malária. As crianças, sempre as mais vulneráveis, são socorridas em emergências de extrema gravidade.

Num centro de alimentação de emergência, falei com uma mãe chamada Regina, mãe de uma criança de 15 meses, Emmanuela, que sofria de severa desnutrição. Regina foi apanhada nos combates, mas conseguiu escapar, viajando quilómetros a pé até chegar a Wau Shilluk, no nordeste do país. Por sorte, chegaram ao centro de tratamento onde Emmanuela recebeu tratamento de salvamento e reanimação. Emmanuela é uma das muitas crianças em todo o país à beira da fome devido a uma luta pelo poder entre as fações políticas que supostamente levam o país para a prosperidade. Infelizmente, existem atualmente centenas de milhares de crianças como esta, que precisam de ajuda imediata.

Na mesma visita, tive o privilégio de me juntar a uma missão de ajuda de emergência do UNICEF em helicóptero, denominada Mecanismo de Resposta Rápida. É o método mais eficiente e mais rápido de entregar alimentos e suprimentos que salvam vidas a pessoas em regiões remotas presas pela guerra. Em conjunto com o Programa Alimentar Mundial, que fornece alimentos de emergência, a UNICEF pode criar estações no campo, onde crianças com fome podem receber alimentos que salvam vidas, ao mesmo tempo que podem ser vacinadas contra a poliomielite e sarampo e depois de identificadas, são acompanhadas na esperança de reencontrarem os seus pais e famílias. A equipe passou uma semana no terreno, divulgando a operação, para que o maior número possível de pessoas fosse capaz de vir e receber o tratamento de que precisavam desesperadamente. Foi uma operação notável.

Ao longo de 2016, A UNICEF realizou 190 destas missões, continuando a alcançar áreas que nenhuma outra organização humanitária pode alcançar. A UNICEF tem os recursos, a habilidade, o conhecimento e a mão-de-obra. Mas mais do que isso, tem a paixão, a coragem e a vontade”

Tom Hiddleston,
Embaixador da UNICEF no Reino Unido

Saiba como pode colaborar com a UNICEF: http://www.unicef.pt/








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